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LIGHT OU LOJAS AMERICANAS? O DILEMA DO INVESTIDOR

  18 de Janeiro de 2024

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O Brasil sempre pagou juros reais elevados, em razão dos elevados riscos (de crédito, político, de segurança jurídica, etc.) que  representa aos olhos do Investidor.

Sabemos todos que uma saudável política de investimentos, deveria considerar a aplicação dos valores disponíveis, numa cesta de ativos com uma parte em imóveis, outra em  ações e a terceira parcela em títulos de renda fixa.

 

Os imóveis são percebidos como os ativos dotados de maior segurança, entretanto sua rentabilidade e liquidez são os pontos menos atraentes. A pandemia Covid-19, nos ensinou que o home office é uma forma de trabalho viável, e com isso acentuou os pontos fracos dessa modalidade de investimento em imóveis comerciais. Muitos deles se encontram vazios, com seus proprietários pagando as despesas de condomínio, IPTU e outras.

 

As ações, como títulos de renda variável que são, numa economia que nos últimos 10 anos cresceu em média 0,75% ao ano, contra o crescimento médio de 3,0% da economia mundial e 4,3% dos países emergentes na média do mesmo período, não estimulam os investimentos nesta modalidade. Some-se a isso o grau de instabilidade política, carga tributária elevada e baixa qualidade dos gastos públicos, o caótico sistema educacional, tudo conspirando contra o aumento da produtividade e, em consequência contra a compra de ações. A volatilidade dos preços destes ativos também afugentam investidores menos experientes.

 

Para um Investidor cauteloso, que pretende fazer um investimento seguro, de longo prazo, restaria então os títulos de Renda Fixa. Se não se sente confortável com os títulos públicos, existe a opção de aplicar seus recursos em debêntures incentivadas, de empresas privadas, com isenção de imposto de renda, quando o recurso captado é utilizado em projetos de infraestrutura.

Existem dezenas destes títulos oferecidos no mercado, com prazos que variam de 5 a 15 anos, com pagamentos de juros semestrais ou anuais. Dependendo da época de sua emissão, tais debêntures oferecem juros que variam de 4 a 8% ao ano, além da inflação medida pelo IPCA. Não é difícil obter-se nestas carteiras rendimento real de 5 ou 6% ao ano, mais a inflação, sem pagamento de IR. Em geral, são de emissão de empresas tradicionais, com ações negociadas em Bolsa de Valores, portanto de capital aberto, avaliadas por renomadas agências de rating como Moody´s, Fitch e Standard e Poor´s.

 

Este é o caso das debêntures emitidas por Lojas Americanas e por Light.

A primeira, fundada em 1929, com mais de 1.700 lojas físicas espalhadas pelo país, além de forte presença no comércio eletrônico, tendo como seus principais acionistas as 3 pessoas físicas mais ricas do país.

A segunda,  fundada no início do século XX, é a empresa concessionária de energia elétrica do Estado do Rio de Janeiro, atendendo milhões de consumidores, com uma robusta infraestrutura de redes de distribuição e transmissão que permite o fornecimento de energia elétrica a seus clientes.

 

Assim como os imóveis e as ações, este tipo de investimento também tem seus pontos fracos: com toda tradição, capacidade de operação e geração de empregos para milhares de funcionários durante um período de um Século, ambas empresas pediram Recuperação Judicial neste ano de 2023, colocando em dúvida o recebimento, no todo ou em parte dos créditos de seus Investidores.

Como se vê, também os Investidores não tem vida fácil!

 

Paulo Leitão

 

 

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